"A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original". Albert Einstein
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Poema à minha Mãe
Parabéns por mais um aniversário. Tenho a infelicidade de não ter perto de mim, fisicamente, meu Pai. Mas tenho o privilégio de poder beijar-te e dizer o quanto te amo e estou agradecido pela (tua) vida que me deste.
És um exemplo de vida.
Um beijo enorme do filho que te adora até às estrelas.
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Poema à Mae - Eugénio de Andrade
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...
Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
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ResponderEliminarMuito bonito!
ResponderEliminarA minha mãe está velhinha, é triste pensar
que um dia...
Apenas posso partilhar contigo o comum. Também eu já não a tenho junto a mim faz 20 anos, mas a ela agradeço a educação que me deu.
ResponderEliminarAbraço amigo e bom ano para ti e para os teus.