quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Coliseu Figueirense - um imóvel de interesse municipal


Implantado na área de expansão da Figueira da Foz, o Coliseu Figueirense é hoje um importante testemunho da vivência tauromáquica, mas também cultural desta cidade, na medida em que este equipamento permitiu reunir em seu redor muitos dos veraneantes que no final do século XIX começavam a escolher a Figueira como destino de verão. 
A tradição das corridas de touros na localidade era já bastante grande, e várias praças haviam antecedido o coliseu, embora com armações de madeira e condições menos favoráveis. O desejo de dispor de um espaço próprio para as touradas motivou a elaboração de uma escritura pública de constituição provisória da Sociedade Anónima Companhia Figueirense, com data de 25 de Março de 1895 e depois de algumas reuniões de que foram principais animadores João Antunes Pereira das Neves, médico, e Aníbal Augusto de Melo. Esta Sociedade exploraria, depois, o Coliseu. 
Uma vez definidas as questões de ordem legal, tiveram início as obras, orientadas por João Martins Hespanhol, sob planta de João Maria da Assunção Costa. Os trabalhos decorreram muito rapidamente, demorando apenas cinco meses a construção da praça - de Março a Agosto de 1896. A inauguração decorreu a 25 de Agosto de 1895, com um grandioso programa. 
De planta circular, com bancadas, galerias e camarotes de arcaria em ogiva no último anel, o Coliseu tem lugar para 6000 espectadores. A sua estrutura é bastante depurada, havendo a assinalar a entrada, com ameias na zona superior e porta em arco ogival, que se repete na porta lateral sobrepujada pela representação de um touro e pelo lettring 1895 COLISEU FIGUEIRENSE. 
Nos anos seguintes à inauguração, os jornais e outras fontes da época registam o sucesso da iniciativa e a animação que as touradas traziam à cidade (cf. Processo de Classificação, IPPAR/DRC). Durante a centúria seguinte há notícia de várias intervenções de conservação, como a instalação eléctrica, de 1957, ou a substituição das bancadas e camarotes de madeira por outras de cimento, em 1964. Já em 1968 inaugurava-se a capela e uma outra renovação do equipamento eléctrico permitia a realização de espectáculos nocturnos, funcionando hoje como um equipamento cultural capaz de receber exibições de natureza diversa. 

(Rosário Carvalho)


Página do IGESPAR

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