Pois bem, há dias a minha filha apanhou-me a encher
a banheira. Não da maneira adulta e segundo a convenção de Genebra, mas de
chuveiro na mão, efectuando investidas contra um super-homem de plástico,
esquecido no seu interior. Soltou um suspiro prolongado e ao mesmo tempo que o
super-homem implorava clemência por entre dois pirolitos, exclamou, do alto de
toda a sua maturidade de 7 anos e meio: “oh pai, que infantil!”. Ao que eu
respondi, no seguimento da infantilidade que o momento entretanto exigira:
“quem o diz, quem o é, cala a boca, jacaré”.
Nesse mesmo dia circulava pelas redes sociais um vídeo de apenas 14 segundos, com um grau de infantilidade muito semelhante ao episódio anterior (http://www.youtube.com/watch?v=uKTTfXtd6WY).
Nesse mesmo dia circulava pelas redes sociais um vídeo de apenas 14 segundos, com um grau de infantilidade muito semelhante ao episódio anterior (http://www.youtube.com/watch?v=uKTTfXtd6WY).
Os primeiros 5 segundos mostram António José
Seguro a reafirmar a sua disponibilidade para substituir o governo. Sem tempo
para suspiros, a jornalista, do alto de toda a sua maturidade, faz a pergunta
que se impunha: “e como é que se vão substituir estes mil e duzentos milhões de
euros [que o TC chumbou]?”. Ao que o menino Tó Zé responde, com ar de quem
acaba de descobrir o elixir da juventude eterna: “quem cometeu o erro e quem
criou o problema que o resolva”.
Estamos assim na presença de
um potencial futuro primeiro-ministro, supostamente preparado para substituir o
actual governo, mas indisponível para resolver os problemas entretanto criados
pelo futuro ex-primeiro-ministro. António José Seguro aspira governar o país. O
menino Tó Zé só quer um poleiro. António José Seguro sonha tornar-se líder do
povo. O menino Tó Zé imagina-se apenas como o rei dos gazeteiros. António José
Seguro grita “demitam-se!”. O menino Tó Zé lamenta-se “assim não brinco…”.
Não basta ser líder da
oposição para se chegar a primeiro-ministro. Assim como não me basta fazer
brincadeiras na água com um super-homem de plástico para me tornar director
executivo da Toys”R”Us.
(Crónica de Pedro Silva aqui)
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