Num destes dias estava eu na minha habitual e normal actividade de zapping quando parei no canal MGM, da Meo.
Estava a dar «The Bacherolette» - A Noiva Perfeita». Resumidamente, trata-se de um programa televisivo, uma série de vários episódios distribuídos por diversas séries, ou temporadas, onde uma mulher pretende encontrar um noivo. Vários candidatos falam com ela, um a um ou em grupo, e dão a conhecer os seus pontos fortes, mas também os seus objectivos e motivações.
Nos bastidores, estes chegam a atacar-se mutuamente e a expor, pela frente e pelas costas, o que de menos positivo todos têm.
Programa a programa, «A Noiva Perfeita», é este o título em português, vai eliminando os candidatos.
Os que ficam recebem das suas mãos uma rosa. Esta eliminatória tem um nome: a cerimónia da rosa.
O programa, de entretenimento, poderia ser aplicado a outros cenários. Como o das próximas eleições autárquicas, por exemplo.
Imaginemos um candidato a presidente da Câmara (candidato Bacherolette, chamemos-lhe assim) a escolher não um noivo, mas alguém que o poderá vir a acompanhar nesta fase de sua vida.
Chamaria aos seus aposentos, leia-se sala de estar porque o decoro impõe-se, um grupo de candidatos. Maior ou menor, não importa para o caso.
Conversaria com cada um na tentativa de os ficar a conhecer melhor e saber das suas intenções. Sim, por que isto de escolher alguém tem muito que se lhe diga, é preciso ter muito cuidado, não vá haver um divórcio mais tarde.
Os candidatos, por seu lado, iriam confessar a sua admiração pela pessoa em causa mas também pelos princípios e valores que representa.
A um canto, mais ou menos atrás da cortina, estaria um conselheiro. Muito atento, também ele tiraria os seus apontamentos para mais tarde exercer a nobre prática do aconselhamento. A zelar pelos interesses do presidente/candidato, mas também pelos seus, não vá sair na rifa um pretendente que mais tarde lhe desse um par de patins ou tentasse tirar-lhe o tapete. É preciso cuidado nestas coisas, pois claro.
Semana a semana, o candidato Bacherolette começaria a eliminar aqueles que entende não serem dignos da sua proximidade, ou melhor dizendo, da sua confiança. E guardador dos seus mais importantes tesouros. Entre eles, a honra.
Algo do género de um cavaleiro envergando uma luzidia armadura e montando um belo corcel. Mais coisa menos coisa.
Esta eliminatória, tipo «você é o elo mais fraco», poderia até ficar com a designação dada na série, ou seja, a «cerimónia da rosa».
Mas como por vezes não é fácil arranjar uma rosa, poderia até chamar-se… a cerimónia da laranja.
Antes da escolha final e durante o processo, os vários pretendentes ao chamamento assumiriam várias posturas. Uns diriam a verdade, outros a mentira pincelada de intrigas e outros ainda optariam pela omissão. Andariam por perto, dariam um ar de sua graça, mas não tomariam qualquer posição pública que os pudesse comprometer.
E a cerimónia lá terminaria num salão repleto de convidados todos muito felizes (ou não) por fazerem parte da festa de casamento. Desculpem, da cerimónia de tomada de posse do amigo Bacherolette.
Haja imaginação porque pretendentes ao cargo… não faltam.
(Jorge Lemos / minha crónica de hoje na Foz do Mondego Rádio).
Sem comentários:
Enviar um comentário